Minha recente viagem ao Japão me permitiu entender ainda melhor que o Japão sobrevive, por causa da gentileza, do trabalho, dos avanços tecnológicos e sobretudo, por força da disciplina e da educação. Andar, por exemplo, pelas ruas de Tóquio é um exemplo de cidadania: banheiros públicos extremamente limpos são encontrados em cada rua, não existe mendicância, o trânsito, bastante engarrafado respeita todos os sinais e transeuntes e as pessoas não falam ao celular nos meios de transporte e nos locais públicos, para não incomodar as demais.
Fiquei surpreso também que o inglês ainda é pouco falado com fluência, inclusive nos hotéis de porte médio mas que a prestação de serviço e o sorriso são tão presentes no dia a dia deste povo que acabamos esquecendo das falhas do idioma internacional do turismo. Alias,apesar de não falarem muitas vezes inglês, a cidade, diga-se a quase totalidade do país foi sinalizada em inglês e os meios de transporte informam as estações e as integrações no idioma pátrio e no inglês.
Pensa-se equivocadamente que a vida é extremamente cara. Basta buscar opções de acordo com cada orçamento turístico, inclusive lembrando que as inúmeras feiras e lojas em volta dos templos apresentam inúmeras opções de souvenires, de qualidade e de extrema beleza.
Visitar o Japão é uma grande experiência cultural: desde tomar chá na casa de uma família que abriu um café na ante-sala, para uma renda extra até comer nos inúmeros restaurantes, onde a comida típica é servida dentro de um ritual, que inclui sempre o famoso chá verde e a sopa. O país guardou a tradição, por exemplo com os inúmeros casais vestindo roupas típicas nos passeios domingueiros no Parque Oito.
A Atenção com os outros é tão presente na vida do cidadão, que uma das companhias aéreas nacionais, a Jal, recomenda durante o vôo que se fale baixo, que ao ler o jornal, o mesmo não incomode o vizinho de poltrona ou ainda ao reclinar a cadeira, para informar ao passageiro que está sentado atrás. São pequenos detalhes que demonstram um profundo respeito pelo outro, seguramente herdado do budismo, uma das principais religiões do país, com os templos mais bonitos que já vi em Nit Nakamura, a aproximadamente uma hora de Tóquio.
A hospedagem vai desde os ryiokans, pousadas típicas onde você dorme no chão, dentro de um conceito local, com banhos típicos, aos hotéis cápsula, onde existe apenas espaço para dormir, aos Love hotels, os motéis locais que podem ser utilizados para pernoite, depois de uma certa hora, até as grandes cadeias japonesas e internacionais. É sempre bom lembrar que o problema habitacional é grande em Tóquio, tornando os apartamentos extremamente caros e fazendo com que os japonês vivam nos arredores, o que faz com que os trens, dos diversos sistemas, como o Jr e o Metro estejam em horários de pico super lotados, lembrando os nossos de periferia, com todos os problemas decorrentes, inclusive carros exclusivos para mulheres em alguns horários. No entanto, tudo é ordenado. Existem inclusive funcionários que gentilmente empurram as pessoas dentro dos trens, com luvas brancas, criando uma verdadeira lata de sardinha.
Por outro lado, a globalização também tomou conta do país: as lojas de departamento vendem roupas de todos os grandes estilistas e marcas possíveis e os jovens vestem-se com tais roupas, de forma exótica, inclusive pintando os cabelos e fazendo penteados ocidentais arrojados. As cadeias de fast food internacional invadiram o país, assim como os refrigerantes e tudo que há de mais avançado, em tecnologia de informática. O consumismo é uma marca atual do país, que adora comprar roupas caras, carros importados e viajar, morando na casa dos pais até os 30 anos e casando-se posteriormente. O casamento é um momento social deveras importante, em que o presente é dado em forma de dinheiro, dentro de bonitos envelopes, que ajudam a custear as grandes recepções que ocorrem em hotéis de luxo, sendo a principal fonte de renda dos mesmos.
A moda globalizada internacional gera contingente de pessoas vestidas da mesma maneira, sobretudo os homens, parecendo a um desavisado, que os grupos de executivos estariam trajando uniformes escuros, com camisas brancas e sapatos impecáveis, dentro dos modelos mais exclusivos e fashion. Falando em moda, o casamento católico por força da beleza de sua cerimônia passou a ser corriqueiro, nos últimos meses.
A experiência japonesa deve fazer parte dos ideais de sobrevivência do mundo moderno e pode se tornar uma nova via de sobrevivência, para a sustentabilidade do mundo moderno, por ter conseguido tão bem manter a tradição, aliada ao avanço tecnológico, os moradores das grandes cidades gentis e sorridentes e, sobretudo à vontade e o reconhecimento de que a felicidade individual passa pela felicidade do grupo.
Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade e presidente do site Consultoria em Turismo.
Fiquei surpreso também que o inglês ainda é pouco falado com fluência, inclusive nos hotéis de porte médio mas que a prestação de serviço e o sorriso são tão presentes no dia a dia deste povo que acabamos esquecendo das falhas do idioma internacional do turismo. Alias,apesar de não falarem muitas vezes inglês, a cidade, diga-se a quase totalidade do país foi sinalizada em inglês e os meios de transporte informam as estações e as integrações no idioma pátrio e no inglês.
Pensa-se equivocadamente que a vida é extremamente cara. Basta buscar opções de acordo com cada orçamento turístico, inclusive lembrando que as inúmeras feiras e lojas em volta dos templos apresentam inúmeras opções de souvenires, de qualidade e de extrema beleza.
Visitar o Japão é uma grande experiência cultural: desde tomar chá na casa de uma família que abriu um café na ante-sala, para uma renda extra até comer nos inúmeros restaurantes, onde a comida típica é servida dentro de um ritual, que inclui sempre o famoso chá verde e a sopa. O país guardou a tradição, por exemplo com os inúmeros casais vestindo roupas típicas nos passeios domingueiros no Parque Oito.
A Atenção com os outros é tão presente na vida do cidadão, que uma das companhias aéreas nacionais, a Jal, recomenda durante o vôo que se fale baixo, que ao ler o jornal, o mesmo não incomode o vizinho de poltrona ou ainda ao reclinar a cadeira, para informar ao passageiro que está sentado atrás. São pequenos detalhes que demonstram um profundo respeito pelo outro, seguramente herdado do budismo, uma das principais religiões do país, com os templos mais bonitos que já vi em Nit Nakamura, a aproximadamente uma hora de Tóquio.
A hospedagem vai desde os ryiokans, pousadas típicas onde você dorme no chão, dentro de um conceito local, com banhos típicos, aos hotéis cápsula, onde existe apenas espaço para dormir, aos Love hotels, os motéis locais que podem ser utilizados para pernoite, depois de uma certa hora, até as grandes cadeias japonesas e internacionais. É sempre bom lembrar que o problema habitacional é grande em Tóquio, tornando os apartamentos extremamente caros e fazendo com que os japonês vivam nos arredores, o que faz com que os trens, dos diversos sistemas, como o Jr e o Metro estejam em horários de pico super lotados, lembrando os nossos de periferia, com todos os problemas decorrentes, inclusive carros exclusivos para mulheres em alguns horários. No entanto, tudo é ordenado. Existem inclusive funcionários que gentilmente empurram as pessoas dentro dos trens, com luvas brancas, criando uma verdadeira lata de sardinha.
Por outro lado, a globalização também tomou conta do país: as lojas de departamento vendem roupas de todos os grandes estilistas e marcas possíveis e os jovens vestem-se com tais roupas, de forma exótica, inclusive pintando os cabelos e fazendo penteados ocidentais arrojados. As cadeias de fast food internacional invadiram o país, assim como os refrigerantes e tudo que há de mais avançado, em tecnologia de informática. O consumismo é uma marca atual do país, que adora comprar roupas caras, carros importados e viajar, morando na casa dos pais até os 30 anos e casando-se posteriormente. O casamento é um momento social deveras importante, em que o presente é dado em forma de dinheiro, dentro de bonitos envelopes, que ajudam a custear as grandes recepções que ocorrem em hotéis de luxo, sendo a principal fonte de renda dos mesmos.
A moda globalizada internacional gera contingente de pessoas vestidas da mesma maneira, sobretudo os homens, parecendo a um desavisado, que os grupos de executivos estariam trajando uniformes escuros, com camisas brancas e sapatos impecáveis, dentro dos modelos mais exclusivos e fashion. Falando em moda, o casamento católico por força da beleza de sua cerimônia passou a ser corriqueiro, nos últimos meses.
A experiência japonesa deve fazer parte dos ideais de sobrevivência do mundo moderno e pode se tornar uma nova via de sobrevivência, para a sustentabilidade do mundo moderno, por ter conseguido tão bem manter a tradição, aliada ao avanço tecnológico, os moradores das grandes cidades gentis e sorridentes e, sobretudo à vontade e o reconhecimento de que a felicidade individual passa pela felicidade do grupo.
Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade e presidente do site Consultoria em Turismo.