Bayard Boiteux e Mauricio Werner
Temos nos questionado cada vez mais, sobre a possibilidade de uma cidade conseguir alcançar patamares de sustentabilidade, capazes de permitir que a mesma se desenvolva de forma a tornar mais fácil a vida de seus habitantes.
Um dos aspectos, que temos avaliado é a desordem urbana, proveniente do caos econômico e social. Assistimos a um crescimento das populações de rua, das favelas, dos camelôs e da violência, nas principais metrópoles brasileiras. Tal fenômeno ocorre pela desigualdade crescente e falta de oportunidade, além da inexistência de políticas publicas para geração efetiva de empregos e melhoria da qualidade de vida.
As cidades assistem apavoradas a uma guerra fria entre traficantes e forças constituídas, com a morte diária de inocentes e o nascimento de um medo, gerador das prisões da modernidade, como podem ser denominados os condomínios auto-suficientes de luxo, que protegem parte da população abastada , do caos urbano, dando uma pseudo sensação de segurança. As favelas se tornaram terra de ninguém e palco diário de uma batalha campal, que acaba criando uma segunda cidade, dos excluídos que buscam sobreviver, dentro de um espaço geográfico, onde não existem limites da legalidade.
A sustentabilidade pressupõe antes de mais nada um compromisso com um modelo participativo de gestão, calcado no orçamento participativo e nos conselhos, que vão delinear estratégias para mudanças com comprometimento dos moradores da cidade partida. Sentimos que o modelo de democracia que deveria nortear nossas ações foi substituído por uma sucessão de escândalos públicos e privados, encobertos por pactos de governabilidade, baseados em distribuição de empregos e obras.
Começamos a enxergar que o conceito hoje é de cidade onde se pode sobreviver: ela será um núcleo de proteção do morador, com feudos que se encaixam na pulsação dos anseios de uma minoria, que ainda se acha capaz de resolver a sustentabilidade através da força utópica de contingentes despreparados e mal remunerados, formados pelos integrantes do modelo de segurança.
A utopia da realização do individuo que não consegue, nem sequer entender o lazer, por exemplo, como uma forma de sobrevivência, para não se asfixiar, em demasia, nas muralhas da loucura urbana tende a criar um cidadão que passa a acreditar em chavões, soluções milagrosas e a em ações paternalistas governamentais.
Não queremos ser portadores de uma nova filosofia de alcance da sustentabilidade mas acreditamos que a revolução silenciosa do turismo pode representar um caminho para a mesma, se nos atermos ao Código de Ética Mundial do Turismo da OMT e fizermos dele, nossa bíblia de busca de novos caminhos, para uma verdadeira interação da cultura, com os atrativos naturais, o mobiliário urbano , a população e o turista.
Sempre vislumbramos no turismo, uma forma de revolucionar as cidades, pois com a preparação para grandes eventos e recebimento de fluxos turísticos, há uma melhoria de toda a existência urbana, que beneficia o morador.
Finalmente, a busca da utopia sustentável vai passar por planos estratégicos de turismo, construção de novos equipamentos que tenham função dupla: social e turística, como foi o Sambódromo idealizado por Brizola, a Cidade do Samba por César Maia, além do acesso ao turismo das camadas populares.
O mundo avança, nós caminhamos e as cidades turísticas, se refazem , se aprimoram e podem se tornar primórdio de sustentabilidade festiva, para usar um eufemismo. . . .
Bayard Boiteux dirige a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade e Mauricio Werner preside a empresa de consultoria Planet
Temos nos questionado cada vez mais, sobre a possibilidade de uma cidade conseguir alcançar patamares de sustentabilidade, capazes de permitir que a mesma se desenvolva de forma a tornar mais fácil a vida de seus habitantes.
Um dos aspectos, que temos avaliado é a desordem urbana, proveniente do caos econômico e social. Assistimos a um crescimento das populações de rua, das favelas, dos camelôs e da violência, nas principais metrópoles brasileiras. Tal fenômeno ocorre pela desigualdade crescente e falta de oportunidade, além da inexistência de políticas publicas para geração efetiva de empregos e melhoria da qualidade de vida.
As cidades assistem apavoradas a uma guerra fria entre traficantes e forças constituídas, com a morte diária de inocentes e o nascimento de um medo, gerador das prisões da modernidade, como podem ser denominados os condomínios auto-suficientes de luxo, que protegem parte da população abastada , do caos urbano, dando uma pseudo sensação de segurança. As favelas se tornaram terra de ninguém e palco diário de uma batalha campal, que acaba criando uma segunda cidade, dos excluídos que buscam sobreviver, dentro de um espaço geográfico, onde não existem limites da legalidade.
A sustentabilidade pressupõe antes de mais nada um compromisso com um modelo participativo de gestão, calcado no orçamento participativo e nos conselhos, que vão delinear estratégias para mudanças com comprometimento dos moradores da cidade partida. Sentimos que o modelo de democracia que deveria nortear nossas ações foi substituído por uma sucessão de escândalos públicos e privados, encobertos por pactos de governabilidade, baseados em distribuição de empregos e obras.
Começamos a enxergar que o conceito hoje é de cidade onde se pode sobreviver: ela será um núcleo de proteção do morador, com feudos que se encaixam na pulsação dos anseios de uma minoria, que ainda se acha capaz de resolver a sustentabilidade através da força utópica de contingentes despreparados e mal remunerados, formados pelos integrantes do modelo de segurança.
A utopia da realização do individuo que não consegue, nem sequer entender o lazer, por exemplo, como uma forma de sobrevivência, para não se asfixiar, em demasia, nas muralhas da loucura urbana tende a criar um cidadão que passa a acreditar em chavões, soluções milagrosas e a em ações paternalistas governamentais.
Não queremos ser portadores de uma nova filosofia de alcance da sustentabilidade mas acreditamos que a revolução silenciosa do turismo pode representar um caminho para a mesma, se nos atermos ao Código de Ética Mundial do Turismo da OMT e fizermos dele, nossa bíblia de busca de novos caminhos, para uma verdadeira interação da cultura, com os atrativos naturais, o mobiliário urbano , a população e o turista.
Sempre vislumbramos no turismo, uma forma de revolucionar as cidades, pois com a preparação para grandes eventos e recebimento de fluxos turísticos, há uma melhoria de toda a existência urbana, que beneficia o morador.
Finalmente, a busca da utopia sustentável vai passar por planos estratégicos de turismo, construção de novos equipamentos que tenham função dupla: social e turística, como foi o Sambódromo idealizado por Brizola, a Cidade do Samba por César Maia, além do acesso ao turismo das camadas populares.
O mundo avança, nós caminhamos e as cidades turísticas, se refazem , se aprimoram e podem se tornar primórdio de sustentabilidade festiva, para usar um eufemismo. . . .
Bayard Boiteux dirige a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade e Mauricio Werner preside a empresa de consultoria Planet