Bayard Boiteux e Mauricio Werner
As eleições municipais se aproximam e os candidatos ao legislativo e ao executivo começam a aparecer. São inúmeros e com promessas muito semelhantes: bom relacionamento entre os distintos poderes, priorização da saúde e da educação, soluções mágicas para o transporte e melhoria do chamado “caos urbano”, que seguramente não nasceu nos últimos quatro anos. Vão para a televisão e para as ruas, com raras exceções, como salvadores da pátria e com respostas para todos os problemas. É lamentável, para começar, que como cidadãos do país e sobretudo políticos, nunca tenham tentado ajudar os atuais governantes, com suas soluções, escondidas a quatro chaves, em baús desgovernados pelos mares brasileiros.
Por outro lado, os eleitores cansados da falta de propostas e soluções mais efetivas, vão se desligando do processo político, de mudança efetiva de paradigmas para as classes mais desfavorecidas e vão aderindo ao clientelismo, de distribuição de cestas básicas, atendimento médico, escolas de reforço, para citar alguns projetos sociais, que deveriam ser atribuição do executivo. Devagar, a democracia vai sendo sepultada pois até para se eleger, é necessário um volume de recursos surpreendente.
Ficamos perplexos como os municípios caminham, sem ter em mente que o primeiro pressuposto de uma gestão saudável é dar continuidade ao que deu certo e buscar o aprimoramento, do que não funcionou. Os prefeitos devem ser, em primeiro lugar, gestores financeiros das cidades, vislumbrando o pagamento de salários dignos para os servidores municipais e tirando o inchaço das folhas públicas, conhecido pelo grande número de cabos eleitorais, que ocupam os chamados cargos de confiança. A administração pública poderá basear-se nos incentivos, capazes de melhorar a qualificação dos servidores e aumentar o seu comprometimento com os objetivos das gestões municipais. Além de gestores financeiros, devem saber priorizar programas que possam mudar os rumos de populações tão sofridas, com geração de novas oportunidades de empregos mas sobretudo a crença de que é possível sobreviver dignamente com seus salários e suas convicções ideológicas.
Verificamos, mais uma vez, que o turismo é o real instrumento de redução das desigualdades, quando identificado, tecnicamente o potencial turístico de uma localidade. Não pode ficar apenas no discurso, de que é prioritário mas tem que encontrar recursos e quadros técnicos, que vão norteá-lo, de forma a que possa, de uma vez por todas, sensibilizar a população e os dirigentes de que é possível melhorar nossas vidas, com tal atividade.
O turismo não sai da cartola de um mágico, mas nasce de uma vontade local, de que a organização dos prestadores de serviço irá trazer uma nova visão de negócio. Cada participante da cadeia produtiva, vai se beneficiar se contar com um plano municipal de turismo, atrelado ao plano diretor da cidade, que deve nascer, de um grande envolvimento de empresários, políticos e população anfitriã. Só existe sucesso e reconhecimento das administrações, quando elas se baseiam na participação das decisões, através dos conselhos municipais de turismo, com poder efetivo e não presididos pelo secretários de turismo. Os prefeitos nomeiam, via de regra, os seus piores quadros, para o turismo, quando não é outorgado a alguém de sua família.
Uma cidade turística deverá possuir postos de informações turísticas 24 horas, bilíngües, em locais de concentração, material informativo e promocional, criado por especialistas e capazes de atender os mercados prioritários. As cidades não nascem com projeção: a sua imagem é construída através da participação em eventos nacionais e internacionais, que demandam recursos e que não podem continuar dependendo de favores de companhias aéreas ou hotéis para acontecer. O município tem que dedicar verba importante para a promoção. Vamos acabar, de uma vez por todas, com a fantasia de que servidores que trabalham, no marketing, querem conhecer o mundo e o Brasil, com dinheiro público. É necessário também compreender que as estruturas municipais de turismo não podem concentrar as atividades fins, como capacitação, promoção e informação, com o setor de eventos, que deve sempre merecer uma estrutura própria.
Precisamos, devagar, retomar a revolução do turismo. Uma revolução que passa pela iniciação escolar ao turismo, pela sinalização turística, pela melhoria dos terminais de chegada de nossos visitantes e pela possibilidade dos moradores das cidades também poderem usufruir do turismo. Não existe destino turístico sem moradores que nunca tenham pernoitado em hotéis, visitado os atrativos turísticos ou feito deslocamento entre as cidades.
Não vamos perder os próximos quatro anos, basta vontade política e orientação técnica. O Brasil pode triunfar,apesar da insegurança urbana e de outros fatores que trazem para cá, menos de 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo, se pelo menos, nos prepararmos, nas esferas municipais.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, no Rio de Janeiro.
As eleições municipais se aproximam e os candidatos ao legislativo e ao executivo começam a aparecer. São inúmeros e com promessas muito semelhantes: bom relacionamento entre os distintos poderes, priorização da saúde e da educação, soluções mágicas para o transporte e melhoria do chamado “caos urbano”, que seguramente não nasceu nos últimos quatro anos. Vão para a televisão e para as ruas, com raras exceções, como salvadores da pátria e com respostas para todos os problemas. É lamentável, para começar, que como cidadãos do país e sobretudo políticos, nunca tenham tentado ajudar os atuais governantes, com suas soluções, escondidas a quatro chaves, em baús desgovernados pelos mares brasileiros.
Por outro lado, os eleitores cansados da falta de propostas e soluções mais efetivas, vão se desligando do processo político, de mudança efetiva de paradigmas para as classes mais desfavorecidas e vão aderindo ao clientelismo, de distribuição de cestas básicas, atendimento médico, escolas de reforço, para citar alguns projetos sociais, que deveriam ser atribuição do executivo. Devagar, a democracia vai sendo sepultada pois até para se eleger, é necessário um volume de recursos surpreendente.
Ficamos perplexos como os municípios caminham, sem ter em mente que o primeiro pressuposto de uma gestão saudável é dar continuidade ao que deu certo e buscar o aprimoramento, do que não funcionou. Os prefeitos devem ser, em primeiro lugar, gestores financeiros das cidades, vislumbrando o pagamento de salários dignos para os servidores municipais e tirando o inchaço das folhas públicas, conhecido pelo grande número de cabos eleitorais, que ocupam os chamados cargos de confiança. A administração pública poderá basear-se nos incentivos, capazes de melhorar a qualificação dos servidores e aumentar o seu comprometimento com os objetivos das gestões municipais. Além de gestores financeiros, devem saber priorizar programas que possam mudar os rumos de populações tão sofridas, com geração de novas oportunidades de empregos mas sobretudo a crença de que é possível sobreviver dignamente com seus salários e suas convicções ideológicas.
Verificamos, mais uma vez, que o turismo é o real instrumento de redução das desigualdades, quando identificado, tecnicamente o potencial turístico de uma localidade. Não pode ficar apenas no discurso, de que é prioritário mas tem que encontrar recursos e quadros técnicos, que vão norteá-lo, de forma a que possa, de uma vez por todas, sensibilizar a população e os dirigentes de que é possível melhorar nossas vidas, com tal atividade.
O turismo não sai da cartola de um mágico, mas nasce de uma vontade local, de que a organização dos prestadores de serviço irá trazer uma nova visão de negócio. Cada participante da cadeia produtiva, vai se beneficiar se contar com um plano municipal de turismo, atrelado ao plano diretor da cidade, que deve nascer, de um grande envolvimento de empresários, políticos e população anfitriã. Só existe sucesso e reconhecimento das administrações, quando elas se baseiam na participação das decisões, através dos conselhos municipais de turismo, com poder efetivo e não presididos pelo secretários de turismo. Os prefeitos nomeiam, via de regra, os seus piores quadros, para o turismo, quando não é outorgado a alguém de sua família.
Uma cidade turística deverá possuir postos de informações turísticas 24 horas, bilíngües, em locais de concentração, material informativo e promocional, criado por especialistas e capazes de atender os mercados prioritários. As cidades não nascem com projeção: a sua imagem é construída através da participação em eventos nacionais e internacionais, que demandam recursos e que não podem continuar dependendo de favores de companhias aéreas ou hotéis para acontecer. O município tem que dedicar verba importante para a promoção. Vamos acabar, de uma vez por todas, com a fantasia de que servidores que trabalham, no marketing, querem conhecer o mundo e o Brasil, com dinheiro público. É necessário também compreender que as estruturas municipais de turismo não podem concentrar as atividades fins, como capacitação, promoção e informação, com o setor de eventos, que deve sempre merecer uma estrutura própria.
Precisamos, devagar, retomar a revolução do turismo. Uma revolução que passa pela iniciação escolar ao turismo, pela sinalização turística, pela melhoria dos terminais de chegada de nossos visitantes e pela possibilidade dos moradores das cidades também poderem usufruir do turismo. Não existe destino turístico sem moradores que nunca tenham pernoitado em hotéis, visitado os atrativos turísticos ou feito deslocamento entre as cidades.
Não vamos perder os próximos quatro anos, basta vontade política e orientação técnica. O Brasil pode triunfar,apesar da insegurança urbana e de outros fatores que trazem para cá, menos de 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo, se pelo menos, nos prepararmos, nas esferas municipais.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, no Rio de Janeiro.