marți, 22 ianuarie 2008

O Carnaval e o Turismo

Devagar, o país vai sendo tomado pela folia carnavalesca. Aos poucos, os primeiros blocos invadem as ruas e as cidades são tomadas por uma grande alegria. Normalmente, se enfeitam, para criar o verdadeiro clima da festa e organizam inúmeros bailes populares. O Rio, com seu sambódromo, criado na gestão Leonel Brizola foi copiado por outros estados e hoje merece aplausos, pela sistematização que possibilita ao maior evento do planeta, como sempre afirmamos, dentro de nossa modéstia, já conhecida. Fazemos, páreo duro hoje com Dubai, mais bonito, melhor, mais alto, único etc...
O evento também, pelas suas proporções é um exemplo de segurança. Nunca ocorreu nenhum problema com turistas estrangeiros na Passarela do Samba ou ainda nos famosos blocos de Olinda ou Salvador. Com uma organização extremamente complexa, o Carnaval tem amadurecido e proposto novas vertentes. No caso do Rio, a gestão Cesar Maia tem se preocupado com o estimulo aos blocos, ao carnaval de rua, sem se descuidar do desfile das escolas de samba.
As cidades ficam repletas de turistas nacionais e estrangeiros, que se deixam levar pela música, que os faz mexer e pensar, muitas vezes, como um povo, com tantos problemas sociais e econômicos tem ainda no sangue o sorriso e o gingado, característico de nossa gente. Os bicheiros, que sempre foram os grandes mecenas das escolas de samba foram se afastando e sendo substituídos em alguns casos, por traficantes. O assunto é tabu e as autoridades preferem não entrar muito a fundo em tais assuntos.
No entanto, um problema nos preocupa: a mobilidade do calendário, para a realização do evento, ligado ao feriado religioso. O ano de 2008, por exemplo, com o carnaval na primeira semana de fevereiro vai representar um prejuízo grande para hoteleiros e operadores de receptivo. É como se fosse o fim da alta estação. Assim, somos favoráveis a que o evento aconteça, em data fixa, sempre na primeira semana de março e que os desfiles principais nos sambódromos aconteçam aos sábados e domingos. Com tal ordenamento, o calendário das cidades ganharia muito, acreditamos e possibilitaria uma melhor comercialização dos meses de alta estação, que normalmente atraem os mercados emissores, por força do fator climático. Ficamos apenas preocupados com a máxima de que o país só começa realmente a trabalhar, após o carnaval, o que retardaria ainda mais o início do mundo do trabalho.
Temos bastante tempo, para pensar e ouvir os envolvidos. A hora agora é de cair no samba, dançar, pensando sempre que não devemos nos descuidar de amanhã, mas que temos que aproveitar cada momento de paz e saúde, que a vida nos dá.
O carnaval vem aí e nós estamos prontos para mostrar mais uma vez, ao mundo, a arte de sambar e encantar com o molejo inigualável de nossas almas felizes e cantantes.

Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade e palestrante. (www.bayardboiteux.pro.br)
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