miercuri, 15 octombrie 2008

"Lei sobre legalização de camas turísticas paralelas ainda não começou a ser aplicada"

Nos termos de um artigo do jornalista Idálio Revez, constante do Público de hoje, "Centenas de milhares de camas turísticas paralelas vão poder ser legalizadas pelos câmaras municipais, deixando a clandestinidade comercial em que se encontram. A legislação já está publicada desde Março, mas ainda há muitas dúvidas sobre a forma como vai ser aplicada. No Algarve, a questão tem particular relevância, uma vez que o número de camas informais, ou paralelas, ultrapassa as 200 mil, havendo até quem fale em muito mais, o que é mais do dobro do número da oferta turística oficial.
Num debate sobre o novo Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos, promovido ontem pelo Turismo do Algarve, questionou-se até que ponto a nova Entidade Reguladora do Turismo regional (que adoptou a marca Turismo do Algarve) tem competências para exercer o papel de regulador da actividade. O presidente da Associação de Municípios do Algarve, Macário Correia, disse que os municípios já tinham pronto um projecto de regulamento para que a legislação sobre o alojamento local seja aplicada na região. No entanto, Ana Azevedo, em nome do Turismo de Portugal, esclareceu que a portaria sobre essa matéria 'está pronta para ser operacionalizada, e não necessita de regulamentação por parte das câmaras municipais'.
O presidente do Turismo do Algarve, António Pina, à margem do debate, disse que no seu entendimento esta matéria é da 'responsabilidade dos municípios' e não do Turismo de Portugal. 'Temos de saber se existe, ou não, descentralização de competências', enfatizou. O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, por seu lado, considerou 'globalmente positiva' a nova legislação, mas discordou do facto de o Alojamento Local não figurar no novo quadro legal como alojamento turístico, 'apesar de se destinar aos turistas'.
No mesmo sentido, o vice-presidente da Associação dos Industriais de Hotelaria e Similares do Algarve, Vítor Faria, lembrou que a região sai penalizada em termos orçamentais uma vez que o orçamento da Entidade Reguladora do Turismo é atribuído com base no número de camas registadas e de dormidas. 'E desde 1997 que o Algarve mantém os 14 milhões de dormidas [por ano] apesar do aumento exponencial da oferta'.
O secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, na abertura do seminário, sublinhou a 'simplificação' do novo diploma, que reduz de 21 para 12 o número de procedimentos para classificação de um empreendimento. Sobre a oferta turística, lembrou que 'Portugal não tem dimensão para se assumir como destino turístico massificado'. António Pina, referindo-se às camas paralelas, disse que elas são '200 mil, 300 mil e já há quem fale em 600 mil - ninguém sabe ao certo quantas serão'." (As hiperligações foram acrescentadas)