Bayard Boiteux e Mauricio Werner
A morte de um turista italiano ontem em plena Ipanema, bairro da zona sul do Rio, estampada em todos os principais jornais brasileiros e alguns estrangeiros, notadamente italianos, acaba com qualquer ação promocional desenvolvida pelo país ou ainda pela cidade, em mercados emissores. Não sabemos muito bem como externar o que sentimos: talvez que viajar não combina com morrer atropelado, fugindo de um ladrão ou ainda que morrer em plena praia durante suas férias deixará uma imagem de profunda tristeza, que ficará presente para sempre. A violência urbana existe nas principais capitais mundiais mas a morte de turistas em locais turísticos não parece fazer parte das estatísticas mundiais.
Estamos revoltados com o novo episódio lamentável mas sobretudo cientes de que é preciso mudar os rumos do país, acabando com as políticas paternalistas e clientelistas e buscando opções de desenvolvimento da cidadania. A inclusão social passa por políticas de educação, saúde, habitação, meio ambiente e sobretudo dignificação de profissões importantes, como médico, professor e agentes de segurança, cujos salários os obrigam a jornadas intermináveis, para sobreviver, numa sociedade, que cada vez impõe menos limites.
O problema da violência urbana está ligado diretamente ao consumo de drogas pelas camadas mais ricas da população,que vivem no chamado asfalto. O excelente documentário “Noticias de uma guerra particular” e o filme “Tropa de Elite” são testemunhos oculares da falta de limites ou total despreparo de famílias para educar filhos. Nota-se que não bastam bons colégios e residências em condomínios de luxo mas a família carece de uma estrutura afetiva, de um lema ou seja de um modus vivendi em conjunto. O dinheiro não compra tudo nem tudo pode ser resolvido por ele. As crianças hoje são encaminhadas para as escolas e os jovens, para as universidades, sem um conceito efetivo de ética. E o pior é que os pais pretendem ou fingem acreditar que tudo poderá ser resolvido no âmbito de um estabelecimento escolar.
Por outro lado, os investimentos em segurança turística devem ser maximizados com esforços reais e não discursos políticos. No caso do Rio, acreditamos na vontade administrativa do governador Sergio Cabral em resolver o problema. Ele tem demonstrado preocupação com as políticas publicas de inclusão social mas algumas medidas podem ser implementadas com eficácia. Uma delas é o fortalecimento do Bptur-Batalhão de Policiamento das áreas turísticas, criado no Governo Brizola, através de uma simples companhia e que se transformou em batalhão, sem a devida infraestrutura, apesar dos esforços de seus integrantes e comandantes. Temos acompanhado o trabalho de jovens oficiais ali lotados que são símbolo de uma nova policia existente no Rio, apesar de todos os desvios que podem ocorrer na mesma, como em qualquer instituição publica. Se investigados e punidos, o Estado estará cumprindo uma de suas funções: zelar pela moralidade e expurgar o arrego.
Quanto ao BPTUR, é necessário que o mesmo duplique pelo menos o atual contingente. Sabemos que com a política de escalas, para policiar ostensivamente as áreas turísticas, são necessários, no mínimo 800 integrantes. A qualificação dos mesmos para o turismo deve apresentar algum incentivo, caso contrário se torna impossível pois seu vai obrigar indivíduos a fazerem treinamentos em seus dias de folga, onde para ter um pouco mais de dignidade, trabalham com segurança privada ou ainda dirigem taxis, por exemplo. Em países, onde tal atividade existe, como o México, o Peru ou ainda Israel, as forças de tal contingente recebem salário diferenciado, além de serem consideradas como tropas de elite. A política de capacitação tem que prever doravante uma disciplina obrigatória Fundamentos do Turismo e da Hotelaria, antes dos policiais serem lotados nos batalhões. Cursos de idiomas são a chave mestre da melhoria de qualidade no atendimento e devem ser obrigatório para os batalhões de turismo.
A revolta que toma conta do trade turístico, que com raras exceções expressa seu real descontentamento com as realidades do país, preferindo ficar sempre atrás de autoridades, para conquistar espaços em conselhos, traz novamente uma questão: O Brasil quer ou não implantar o turismo,como prioridade? É possível continuar vendendo, de forma eficaz, como faz a Embratur, devemos confessar sem uma política voltada para a segurança das áreas turísticas de todo o país? Como conceber um país turístico que não tem uma política nacional de segurança turística, com ações e investimentos? Vamos repassar dinheiro para os Estados reaparelharem suas estruturas de viaturas. Vamos investir no controle das fronteiras, na defesa da soberania nacional, atentando para lideranças que nascem em países vizinhos e que querem seguir o exemplo de Fidel Castro, sem ter a liderança do mesmo e sobretudo por estarmos em outro momento da construção da sociedade, baseado na participação popular, na democracia e na sustentabilidade.
Queremos um Brasil, que consiga finalmente ultrapassar a marca de menos de 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo, que se apresente forte nos mercados internacionais, defendendo nossos interesses e não companheirismo ideológico mas sobretudo um país que respeite o turista, dando a ele, o que é vital: segurança, quando nos escolher como destino, para suas férias e que poderá regressar ao seu país de origem, para contar que nosso país é o maior destino turístico do mundo e que merece ser invadido por visitantes do mundo inteiro.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, única auditada e certificada pela OMT no Brasil.
A morte de um turista italiano ontem em plena Ipanema, bairro da zona sul do Rio, estampada em todos os principais jornais brasileiros e alguns estrangeiros, notadamente italianos, acaba com qualquer ação promocional desenvolvida pelo país ou ainda pela cidade, em mercados emissores. Não sabemos muito bem como externar o que sentimos: talvez que viajar não combina com morrer atropelado, fugindo de um ladrão ou ainda que morrer em plena praia durante suas férias deixará uma imagem de profunda tristeza, que ficará presente para sempre. A violência urbana existe nas principais capitais mundiais mas a morte de turistas em locais turísticos não parece fazer parte das estatísticas mundiais.
Estamos revoltados com o novo episódio lamentável mas sobretudo cientes de que é preciso mudar os rumos do país, acabando com as políticas paternalistas e clientelistas e buscando opções de desenvolvimento da cidadania. A inclusão social passa por políticas de educação, saúde, habitação, meio ambiente e sobretudo dignificação de profissões importantes, como médico, professor e agentes de segurança, cujos salários os obrigam a jornadas intermináveis, para sobreviver, numa sociedade, que cada vez impõe menos limites.
O problema da violência urbana está ligado diretamente ao consumo de drogas pelas camadas mais ricas da população,que vivem no chamado asfalto. O excelente documentário “Noticias de uma guerra particular” e o filme “Tropa de Elite” são testemunhos oculares da falta de limites ou total despreparo de famílias para educar filhos. Nota-se que não bastam bons colégios e residências em condomínios de luxo mas a família carece de uma estrutura afetiva, de um lema ou seja de um modus vivendi em conjunto. O dinheiro não compra tudo nem tudo pode ser resolvido por ele. As crianças hoje são encaminhadas para as escolas e os jovens, para as universidades, sem um conceito efetivo de ética. E o pior é que os pais pretendem ou fingem acreditar que tudo poderá ser resolvido no âmbito de um estabelecimento escolar.
Por outro lado, os investimentos em segurança turística devem ser maximizados com esforços reais e não discursos políticos. No caso do Rio, acreditamos na vontade administrativa do governador Sergio Cabral em resolver o problema. Ele tem demonstrado preocupação com as políticas publicas de inclusão social mas algumas medidas podem ser implementadas com eficácia. Uma delas é o fortalecimento do Bptur-Batalhão de Policiamento das áreas turísticas, criado no Governo Brizola, através de uma simples companhia e que se transformou em batalhão, sem a devida infraestrutura, apesar dos esforços de seus integrantes e comandantes. Temos acompanhado o trabalho de jovens oficiais ali lotados que são símbolo de uma nova policia existente no Rio, apesar de todos os desvios que podem ocorrer na mesma, como em qualquer instituição publica. Se investigados e punidos, o Estado estará cumprindo uma de suas funções: zelar pela moralidade e expurgar o arrego.
Quanto ao BPTUR, é necessário que o mesmo duplique pelo menos o atual contingente. Sabemos que com a política de escalas, para policiar ostensivamente as áreas turísticas, são necessários, no mínimo 800 integrantes. A qualificação dos mesmos para o turismo deve apresentar algum incentivo, caso contrário se torna impossível pois seu vai obrigar indivíduos a fazerem treinamentos em seus dias de folga, onde para ter um pouco mais de dignidade, trabalham com segurança privada ou ainda dirigem taxis, por exemplo. Em países, onde tal atividade existe, como o México, o Peru ou ainda Israel, as forças de tal contingente recebem salário diferenciado, além de serem consideradas como tropas de elite. A política de capacitação tem que prever doravante uma disciplina obrigatória Fundamentos do Turismo e da Hotelaria, antes dos policiais serem lotados nos batalhões. Cursos de idiomas são a chave mestre da melhoria de qualidade no atendimento e devem ser obrigatório para os batalhões de turismo.
A revolta que toma conta do trade turístico, que com raras exceções expressa seu real descontentamento com as realidades do país, preferindo ficar sempre atrás de autoridades, para conquistar espaços em conselhos, traz novamente uma questão: O Brasil quer ou não implantar o turismo,como prioridade? É possível continuar vendendo, de forma eficaz, como faz a Embratur, devemos confessar sem uma política voltada para a segurança das áreas turísticas de todo o país? Como conceber um país turístico que não tem uma política nacional de segurança turística, com ações e investimentos? Vamos repassar dinheiro para os Estados reaparelharem suas estruturas de viaturas. Vamos investir no controle das fronteiras, na defesa da soberania nacional, atentando para lideranças que nascem em países vizinhos e que querem seguir o exemplo de Fidel Castro, sem ter a liderança do mesmo e sobretudo por estarmos em outro momento da construção da sociedade, baseado na participação popular, na democracia e na sustentabilidade.
Queremos um Brasil, que consiga finalmente ultrapassar a marca de menos de 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo, que se apresente forte nos mercados internacionais, defendendo nossos interesses e não companheirismo ideológico mas sobretudo um país que respeite o turista, dando a ele, o que é vital: segurança, quando nos escolher como destino, para suas férias e que poderá regressar ao seu país de origem, para contar que nosso país é o maior destino turístico do mundo e que merece ser invadido por visitantes do mundo inteiro.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, única auditada e certificada pela OMT no Brasil.