vineri, 9 noiembrie 2007

A Copa 2014

Estamos mais uma vez radiantes com a notícia de um novo evento,na cidade maravilhosa.
O Brasil se deslocou em peso,para Zurique,para ouvir a decisão de que nosso país sediaria a Copa do Mundo de 2014.Um evento do esporte mais popular da America Latina sempre é uma vitória política para aqueles que vivem das eleições e do convencimento popular, através de medidas paliativas.
Mais importante do que a comemoração, é o entendimento de que devemos iniciar um planejamento de ações, que vão em primeiro lugar melhorar a trágica situação do cidadão brasileiro,agravada por políticas paternalistas,que parecem muito mais buscar votos do que trazer soluções reais para a desigualdade social, que divide nossas cidades, em urbanas e desumanas.
Não adianta festejar, enquanto não resolvermos problemas básicos de infraestrutura, como o transporte.Vamos ou não nos preparar para o colapso que as megas cidades vão enfrentar nossos próximos anos,criando transporte publico eficiente? O Metro tem que atingir rapidamente,por exemplo a cidade do Rio,como um todo e não inaugurar uma estação,a cada governo. Trata-se de um meio de transporte que se demonstra eficaz e que com as integrações permite uma revolução. No entanto,o recente fechamento do Rebouças demonstrou a sua precariedade para um aumento de usuários. O desafio de um transporte eficaz para as populações urbanas vai se traduzir numa forma efetiva de comprometimento do governo com o direito da cidade.
O transporte aéreo nos surpreende diariamente: desde a crise da Varig,somos pegos de surpresas por medidas exdruxulas ou companhias que deixam de operar. A política aérea de um país das dimensões do Brasil pressupõe a existência de uma ANAC forte, cujos diretores devem ser especialistas na área, além de uma fiscalização efetiva de aviões de grande porte e pequenos equipamentos. Com a chegada de novos aviões, como o A 380, nossos aeroportos vão ter que se adequar a nova realidade da aviação comercial. É preciso também que o Brasil crie uma política de céus abertos, para evitar a hoje inexplicável tarifa da ponte aérea Rio/São Paulo ou Rio/Brasilia, por exemplo.
Nossos estádios deverão atender as especificações da FIFA, além de existir a necessidade de construção de novos, em todo o território nacional. Não é apenas uma maquiagem,como as cidades normalmente se submetem para sediar grandes eventos. É a profissionalização do futebol em nosso país em espaços para tal fim.
Capacitação também será a palavra chave do planejamento a longo prazo, que o Brasil deverá se submeter nos próximos anos.A profissionalização passa necessariamente pelo aprendizado de um segundo idioma pelos colaboradores de meios de hospedagem em todo o território nacional e as novas técnicas de administração participativa, que ao serem implementadas representarão maior lucratividade mas sobretudo um novo modelo de sobrevivência para a hotelaria nacional.
A segurança, como política de Estado, com um plano de remuneração real para as forças de segurança e o combate ao trafico de armas e entorpecentes enseja a criação de um Ministério voltado para tal área, cuja estratégia passa pela inclusão social das populações mais desfavorecidas e a conclusão de que o turismo, como atividade prioritária precisa de um staff governamental formado por especialistas da área, oriundos da iniciativa privada e da Academia, que cada vez mais terá o papel de incubadora dos novos projetos emprreendedores, que ficam restritos as teses de mestrado e doutorado da sapiência turística.
Queremos marcar uma série de gols, não só no primeiro tempo mas durante todo o jogo. Só chegaremos a um resultado concreto, com disciplina e tenacidade. Deixem de fazer festas para comemorar a possível chegada de mais de 500000 novos turistas em 2014 mas iniciem a elaboração das metas que vão nortear as atividades de construção de infraestrutura e de imagem de nosso país, nos próximos anos.
Os investimentos para receber a Copa estão inseridos em todas as escalas de atuação e tem por dever aperfeiçoar as performances das políticas a nível federal, estadual e municipal, com vistas a um Turismo merecedor de ser fonte inesgotável de divisas para o Brasil.
Vamos ver a bola rolar entre os pés dos craques e, sobretudo, vamos torcer para que essa oportunidade não se perca nem no placar dos jogos, nem no mau uso dos investimentos. A COPA É NOSSA!

Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, a única certificada pela OMT, no Brasil.