Bayard Boiteux e Mauricio Werner
Gostariamos de iniciar nossas reflexões, fazendo alusão ao número reduzido de turistas que o Brasil recebe, apesar de todos os esforços do governo federal, com uma empresa voltada exclusivamente para a promoção internacional, o Plano aquarela e os investimentos no exterior. Infelizmente,não recebemos nem sequer 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo e o turismo domestico, carece de uma política efetiva de desenvolvimento, o que sem dúvida alguma ajudaria os empresários do setor. Foi louvável a construção de um plano nacional de turismo mas a meta de 9 milhões de turistas internacionais nunca conseguiu ser atingida.
Houve também um investimento efetivo na melhoria dos aeroportos, iniciado no governo Fernando Henrique, que ajudou na implantação de linhas regulares para o Nordeste e também na descentralização da oferta turística nacional. No entanto, os portos carecem de uma efetiva atenção do governo, prejudicando um crescimento maior do turismo marítimo e sobretudo da possibilidade dos turistas se tornarem embaixadores do país, pela inexistência de uma atenção especial aos passageiros da melhor idade e das facilidades de retirada da bagagem.
A participação da academia nas decisões governamentais não se reflete de forma real; não há uma efetiva representação das faculdades nos fóruns de assessoria do governo federal, no âmbito do turismo, o que sem dúvida alguma contribuiu para a não inclusão da mesma na lei geral do Turismo. O referido diploma legal que foi um marco decisivo na implementação de uma legislação sistematizada não poderá ainda atender aos sonhos do trade turístico, por ter se restringido a alguns prestadores de serviços, esquecendo, por exemplo, o transporte aéreo, sob a alegação de que possui legislação própria, assim como os guias de turismo.
O amadurecimento turístico do país requer um grupo de estudo voltado rapidamente para os problemas pontuais da sinalização turística e da segurança, que continuam criando problemas para a imagem institucional do produto mais importante da federação, que é a cidade maravilhosa, com o recém tiroteio de um turista norueguês, que acabou numa comunidade, por falta de sinalização.
Os eventos são importantes e devem ser tratados de forma separada, com o interessante exemplo do Rio. Não é no discurso de integração união/estado/município que está a resposta para os problemas pontuais das cidades brasileiras. O que a política nos ensina é que recebem maior atenção os partidos aliados e que os prefeitos acabam muitas vezes mudando de sigla, em troca de maiores recursos. Verifica-se, outrossim, que recursos importantes são utilizados em shows em locais e datas que só atendem a população local e que não podem ser oferecidos na comercialização de destinos turísticos. Os municípios precisam receber de forma ordenada capacitação para evitar tais atividades, que não contribuem para um aumento de permanência dos turistas ou ainda redução da sazonalidade. Pensamos apenas na captação de grandes eventos, esquecendo a necessidade de manter uma oferta adequada dos pequenos, que permitem nossa sobrevivência.
Precisamos também de uma bancada do turismo nos poderes federal,estadual e municipal para que a atividade possa ser fortalecida no âmbito do legislativo. Não temos hoje, com raras exceções, parlamentares que são porta-vozes do turismo e da hotelaria. Sabe-se também que o turismo não elege sozinho ninguém e que uma parcela expressiva de associações e empresários de turismo aderem a todos os candidatos e acabam se congratulando com o vencedor, como forma de manter algumas benesses.
O Brasil avançou muito mas precisa discutir novamente suas metas e programas. Brasília mais uma vez nos dá tal oportunidade com o Cbratur, que tem início hoje, dia 25 de novembro, no auditório da camara dos deputados. Mais do que emendas no orçamento, precisamos de uma grande integração do legislativo, executivo e trade. O país deve mostrar que seu potencial tem no legislativo o grande aliado, para a criação de políticas mais profícuas e melhor direcionadas.
Vamos refletir com paciência e vontade de prosseguir nossa caminhada para a competitividade e excelência do produto, a redução das desigualdades sociais, como apregoa a visão do governo Lula do turismo.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, única auditada e certificada pela OMT, no Brasil.
Gostariamos de iniciar nossas reflexões, fazendo alusão ao número reduzido de turistas que o Brasil recebe, apesar de todos os esforços do governo federal, com uma empresa voltada exclusivamente para a promoção internacional, o Plano aquarela e os investimentos no exterior. Infelizmente,não recebemos nem sequer 1% de todos os turistas que viajam pelo mundo e o turismo domestico, carece de uma política efetiva de desenvolvimento, o que sem dúvida alguma ajudaria os empresários do setor. Foi louvável a construção de um plano nacional de turismo mas a meta de 9 milhões de turistas internacionais nunca conseguiu ser atingida.
Houve também um investimento efetivo na melhoria dos aeroportos, iniciado no governo Fernando Henrique, que ajudou na implantação de linhas regulares para o Nordeste e também na descentralização da oferta turística nacional. No entanto, os portos carecem de uma efetiva atenção do governo, prejudicando um crescimento maior do turismo marítimo e sobretudo da possibilidade dos turistas se tornarem embaixadores do país, pela inexistência de uma atenção especial aos passageiros da melhor idade e das facilidades de retirada da bagagem.
A participação da academia nas decisões governamentais não se reflete de forma real; não há uma efetiva representação das faculdades nos fóruns de assessoria do governo federal, no âmbito do turismo, o que sem dúvida alguma contribuiu para a não inclusão da mesma na lei geral do Turismo. O referido diploma legal que foi um marco decisivo na implementação de uma legislação sistematizada não poderá ainda atender aos sonhos do trade turístico, por ter se restringido a alguns prestadores de serviços, esquecendo, por exemplo, o transporte aéreo, sob a alegação de que possui legislação própria, assim como os guias de turismo.
O amadurecimento turístico do país requer um grupo de estudo voltado rapidamente para os problemas pontuais da sinalização turística e da segurança, que continuam criando problemas para a imagem institucional do produto mais importante da federação, que é a cidade maravilhosa, com o recém tiroteio de um turista norueguês, que acabou numa comunidade, por falta de sinalização.
Os eventos são importantes e devem ser tratados de forma separada, com o interessante exemplo do Rio. Não é no discurso de integração união/estado/município que está a resposta para os problemas pontuais das cidades brasileiras. O que a política nos ensina é que recebem maior atenção os partidos aliados e que os prefeitos acabam muitas vezes mudando de sigla, em troca de maiores recursos. Verifica-se, outrossim, que recursos importantes são utilizados em shows em locais e datas que só atendem a população local e que não podem ser oferecidos na comercialização de destinos turísticos. Os municípios precisam receber de forma ordenada capacitação para evitar tais atividades, que não contribuem para um aumento de permanência dos turistas ou ainda redução da sazonalidade. Pensamos apenas na captação de grandes eventos, esquecendo a necessidade de manter uma oferta adequada dos pequenos, que permitem nossa sobrevivência.
Precisamos também de uma bancada do turismo nos poderes federal,estadual e municipal para que a atividade possa ser fortalecida no âmbito do legislativo. Não temos hoje, com raras exceções, parlamentares que são porta-vozes do turismo e da hotelaria. Sabe-se também que o turismo não elege sozinho ninguém e que uma parcela expressiva de associações e empresários de turismo aderem a todos os candidatos e acabam se congratulando com o vencedor, como forma de manter algumas benesses.
O Brasil avançou muito mas precisa discutir novamente suas metas e programas. Brasília mais uma vez nos dá tal oportunidade com o Cbratur, que tem início hoje, dia 25 de novembro, no auditório da camara dos deputados. Mais do que emendas no orçamento, precisamos de uma grande integração do legislativo, executivo e trade. O país deve mostrar que seu potencial tem no legislativo o grande aliado, para a criação de políticas mais profícuas e melhor direcionadas.
Vamos refletir com paciência e vontade de prosseguir nossa caminhada para a competitividade e excelência do produto, a redução das desigualdades sociais, como apregoa a visão do governo Lula do turismo.
Bayard Boiteux e Mauricio Werner dirigem a Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, única auditada e certificada pela OMT, no Brasil.