Publituris on-line - Sónia Gomes Costa 18 de Fevereiro de 2009
Os empresários do sector dão as boas-vindas à campanha dirigida ao turismo interno lançada pelo Turismo de Portugal, considerando que se trata de uma iniciativa positiva e motivadora, coerente com a realidade actual. Alexandre de Almeida, administrador do grupo hoteleiro homónimo, considera que a campanha “é uma forma positiva de estimular” as vendas do destino nacional no mercado interno “numa altura de crise”, até porque “beneficia e acrescenta valor ao nosso País”. O administrador deste grupo hoteleiro português acredita que neste momento “é mais vantajoso para Portugal o investimento em campanhas internas como esta” do que em iniciativas no mercado externo, como o Reino Unido, que regista quebras significativas na procura pelo destino.
Também João Moita, director geral da Citur, partilha da mesma opinião sobre “Descubra um Portugal Maior”, dizendo que “faz todo o sentido fazer com que os portugueses conheçam melhor o seu País”. Além disso, pensa que desta forma os agentes de viagens “são incentivados a vender produto nacional que é ainda desconhecido dos portugueses”. Em época de crise de que tanto se fala, o responsável aplaude “a política mercantilista” que diz “fazer todo o sentido”.
De salientar que a par desta campanha, O TP lançou o portal www.descubraportugal.com.pt, que além de uma área reservada aos diferentes destinos nacionais, tem o objectivo de permitir que os hoteleiros e agentes de viagens disponibilizem promoções e outros serviços turísticos. A propósito, João Moita considera que “é uma ferramenta que vai ajudar a fomentar a nossa criatividade e capacidade comercial no desenvolvimento dos produtos”, o que é “motivador e um incentivo”. Alexandre de Almeida diz que esta ferramenta tecnológica de promoção e comercialização é bem-vinda porque “ajuda a promover o negócio, criando valor e reduzindo custos”. Não obstante, o responsável alerta para o facto de a informação do novo portal estar “um bocado espartilhada o que pode gerar confusão no utilizador”. Um dos aspectos que considerou confuso diz respeito à nomenclatura das regiões nacionais que segundo Alexandre de Almeida “causa confusão ao turista uma vez que o mapa das regiões está muito retalhado. Por exemplo o Porto vem separado do Douro, e podia aparecer no mapa numa cor diferente”. O responsável dá também o exemplo da área da hotelaria de Lisboa cuja listagem dos hotéis “está desordenada e algumas unidades não têm informação actualizada”. Contudo, Alexandre de Almeida diz estar certo “que essas correcções vão ser efectuadas”.
Já Carlos Torres tem uma opinião contrária à dos empresários. O advogado especialista em Turismo considera que “não existe um apelo sensorial equivalente à da campanha de 2004″ e considera a campanha “inferior do ponto de vista das imagens, da música e da narrativa”. E recomenda: “É importante que seja analisada, a curto prazo, por uma entidade independente para que não se gaste dinheiro dos contribuintes numa campanha que à partida não induza significativos fluxos de turismo interno”. Carlos Torres tece ainda criticas ao slogan da campanha: Parece-me existir uma nova falha no que respeita ao slogan. Depois do Portugal Europe West Coast agora um Portugal maior, ou seja, uma coincidência de gosto duvidoso com o slogan utilizado na campanha presidencial do professor Cavaco Silva”. Para quem não se recorda, o slogan de Cavaco Silva era: “A melhor escolha, Por um Portugal Maior”.