luni, 12 iulie 2010

A Copa do mundo,o Rio e o turismo

Com a vitória da Espanha, na África do Sul, o Brasil é agora o centro das atenções da Copa de 2014. O país conseguiu com muita dificuldade sediar um dos maiores eventos esportivo do mundo, que levou, por exemplo, para a França, 500 000 turistas. Nossos desafios são muito grandes e temos que entender que o processo de captação e de marketing eleitoreiro terminou e que o momento é de trabalho, sobretudo no cumprimento das metas estabelecidas pela FIFA, que estão muito atrasadas.
Os aeroportos, mormente o Tom Jobim não pode passar apenas por uma maquiagem. Faz-se necessário a transformação do mesmo num equipamento mais moderno,voltado para o lazer dos passageiros e não só para embarque e desembarque. É lamentável que a idéia do governador Sergio Cabral de terceirizar a operação de nossos aeroportos não tenha sido levada adiante. Não podemos ter um caos aéreo e nem deixar de receber aviões com torcidas, como acaba de acontecer em Durban.
Precisamos também melhorar a qualificação de nossos recursos humanos, não com cursos a distancia de idiomas mas com um programa presencial de atendimento de excelência com informações específicas dos principais países emissores e como deverão ser tratados nossos consumidores. Foi-se o tempo em que uma população hospitaleira era suficiente. O trade turístico e os órgãos oficiais devem entender melhor o papel do turismologo, no novo processo de desenvolvimento turístico. O turismo oficial tem que abrir concursos públicos para bacharéis em turismo e hotelaria, assim como escolher melhor os que dirigem as empresas oficiais. Com raras exceções, as secretarias de turismo continuam sendo ocupadas por protegidos do executivo, sem desenvolvimento de planos de turismo. E para piorar a situação, alguns municípios e estados colocam numa mesma pasta turismo, esporte, cultura, para citar apenas exemplos...
Por outro lado, o plano diretor da cidade, em aprovação deve observar melhor a capacidade hoteleira da cidade e não liberar a construção de hotéis mas incentivar a mesma em locais da cidade que ainda podem ser aproveitados,como a zona oeste. O Rio ganhou pouquíssimos novos equipamentos nos últimos quinze anos e os poucos ainda devemos a investidores estrangeiros.
As obras nos estádios em todo o país estão atrasadas e muitas cidades não poderão sediar os jogos por falta de recursos ou ainda sem tempo hábil para as reformas necessárias. Haverá seguramente uma maior concentração ainda em certos destinos turísticos nacionais .
A segurança ainda é um entrave na comercialização do produto turístico. Não cansamos de sugerir que seja criado, no âmbito do Ministério do Turismo, um programa emergencial de capacitação turísticas pois os esforços dos governos estaduais não vão sobreviver se não existirem diretrizes efetivas da federação.
Acabamos de criar uma frente suprapartidária, para discutir os rumos do Turismo em nosso Estado e propor sugestões. Talvez seja também o momento de elegermos verdadeiras bancadas de deputados estaduais e federais que façam do Turismo sua bandeira de atuação. Temos muito poucos representantes no legislativo e alguns se aproveitam das eleições para incluir o turismo como mais uma opção.
A Copa poderá ser um marco de desenvolvimento do país, de melhoria de transporte, das desigualdades sociais cada vez maiores, apesar de todas as “bolsas”, se tivermos em mente, que não basta transparência, marketing mas que a palavra chave é trabalho, cronograma e vontade de fazer da COPA 2014, o maior evento que o mundo já viu, já que somos conhecidos pela excelente organização do Carnaval e do Réveillon...

Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da Faculdade de Turismo da UniverCidade e Mauricio Werner-presidente da Planet Work