marți, 23 iunie 2009

Os impactos do turismo na gripe suína

Bayard Boiteux e Mauricio Werner

A gripe suína, que surgiu no México e hoje virou uma pandemia tem sido trazida para diversos países, através de turistas nacionais ou internacionais. Embora o Brasil tenha tomado,desde os primeiros momentos, providências importantes, nomeadamente no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, com a chegada do inverno, a situação começa a se agravar, sobretudo nos países vizinhos, como o Chile e a Argentina, onde já foram registrados mais de cinco mil casos, sendo onze fatais.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, desde abril, 52,1 mil pessoas já foram identificadas com o vírus, sendo que o número de vítimas fatais alcançou 231 pessoas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de casos já se eleva a mais de 3000 e não tem se verificado, por exemplo, nenhuma política especifica, nos parques temáticos, que concentram grandes fluxos de turistas nacionais e internacionais, em ambientes fechados e nem cuidados especiais nos aeroportos das grandes cidades receptoras daquele país.
A Organização Mundial do Turismo tem até hoje aconselhado o não fechamento de fronteiras mas ações isoladas já foram tomadas na Comunidade Européia e na China, que inclusive reteve um grupo de turistas mexicanos, em quarentena.
É bom lembrar que a última gripe mundial matou mais de 5 milhões de pessoas e hoje a facilidade de contágio é enorme em função do número de indivíduos que viaja, que se concentra em aeroportos e aviões. Não podemos nos descuidar,sobretudo por vivermos num país de extremas desigualdades, onde a imunidade de crianças e adultos é reduzida, por falta de alimentação condigna, lembrando que muitas vezes populações pobres são atingidas pelo contato com os turistas ou simplesmente nacionais, que retornam de viagens ao exterior.
Embora a vontade de viajar esteja imbuída no homem, sobretudo na alta estação e levando em conta a redução drástica das tarifas internacionais, é o momento de analisarmos friamente que tais deslocamentos podem ocorrer oportunamente e que não é o melhor momento,para se deixar o país. Vamos nos deliciar com as belezas nacionais, conhecendo a imensidão cultural e natural do gigante nacional, o que vai contribuir para a economia local e nos preservar.
Sem alardes, precisamos manter nos aeroportos e portos, um controle sanitário rígido com as pessoas que chegam do exterior. Mantê-las devidamente informadas sobre a doença e procedimentos a serem adotados, assim como avisos em vários idiomas nos terminais de chegada e partida. Precisamos manter também toda a cadeia turística, desde o recepcionista do hotel, a camareira, ao guia de turismo e ao garçon ciente da doença com informações pontuais mas que permitam uma colaboração maior do trade turístico.
Os profissionais de turismo não são meros vendedores de pacotes e bilhetes aéreos para o exterior, possuem um compromisso grande com a preservação da população local e dos destinos turísticos.
É um momento de cautela, reflexão e parcimônia.

Bayard Do Coutto Boiteux é coordenador geral do Curso de Turismo da UniverCidade e presidente do Site Consultoria em Turismo(www.bayardboiteux.pro.br) e Mauricio Werner é presidente da empresa Planet Work.