duminică, 22 ianuarie 2012

A regulamentação do turismólogo

Embora nunca tenha achado que o reconhecimento da profissão de turismólogo fosse fundamental para que os egressos das faculdades de turismo e hotelaria pudessem ser melhor entendidos no mercado laboral, sempre torci para que o projeto de lei que propunha uma verdadeira interação e por conseguinte, reconhecimento fosse sancionado.
Participamos, nos últimos de anos, de movimentos de aprimoramentos e sempre sentimos a necessidade de uma verdadeira representação das faculdades de turismo,que até hoje não existe. Não há efetivamente uma associação, como ocorre com os demais segmentos, respeitada e profissional, o que nos afastou muito da discussão acadêmica e de um entrosamento com os setores produtivos, nem tendo sido conseguida a inclusão do bacharel em turismo na lei geral do turismo.
Tenho identificado alguns setores, que buscam, pelo menos, novas ações como o Instituto dos Turismologos, que nasceu em Belo Horizonte e que conseguiu em pouco tempo de existência alguns frutos positivos no Ministério do Trabalho.
Sinto falta de uma união dos bacharéis e das faculdades de turismo pois embora sejam concorrentes devem buscar ações conjuntas para representatividade nos órgãos colegiados do Governo e num discurso de melhor percepção de alguns setores, da revolução que aconteceu em algumas faculdades, que resolveram buscar certificações internacionais, desenvolver pesquisas e mestrados, além de conseguir um leque de laboratórios para as práticas e o empreendedorismo. É um número ainda reduzido mas que devagar foi se afirmando e fazendo com que seus alunos tivessem empregabilidade e mostrando que as grades curriculares são hoje um desafio constante na manutenção de grandes empreendedores, que conhecessem o mercado e pudem buscar outras opções de sobrevivência.
Quando tomamos conhecimento que, finalmente, o projeto de lei de reconhecimento do turismólogo, vetado em todas as administrações passadas estava com a presidenta Dilma, vislumbramos, de forma longínqua, devo dizer, uma possibilidade de sanção real. Sabemos que na atual administração o turismo oficial federal está longe de qualquer premissa de desenvolvimento técnico e com metas reais e de cunho efetivo para melhoria da qualidade do produto final. Pensamos que para “se desculpar”de alguns equívocos, a presidenta fosse nos dar um presente. Qual não foi a nossa surpresa, quando vimos um projeto de lei vetado parcialmente e sancionado sem seus principais artigos. Foi uma ducha de água fria, sendo comemorada sem o menor sentido. Foi a pior regulamentação que pudéssemos receber: sem necessidade de curso superior e sem um conselho, entre outros itens. Foi muito triste e ainda estamos estarrecidos e queremos repudiar tal manobra infeliz, para nossos alunos e profissionais, que sem entender muito, pensaram num grande avanço.
O veto, mesmo que parcial, pode ser rejeitado mas tal fato não vai acontecer. A maioria absoluta da situação e o desinteresse pela capacitação superior em Turismo e a falta de representatividade do setor acadêmico turístico no legislativo nos deixará mais uma vez numa posição frágil e de uma grande brincadeira. Vamos, no entanto, ainda que com parcimônia, esperar o decreto que vai regulamentar dito diploma legal.
Nossa luta não acabou, precisamos novamente buscar alternativas reais e repudiar a lei na forma em que foi sancionada. Vamos ter coragem e não pensar em benesses governamentais e conselhos. Nosso lema é que o egresso de um curso superior seja legalmente reconhecido, se desejarem a regulamentação. Caso contrário, podemos sobreviver e ajudar, como fizemos até hoje...

Bayard Do Coutto Boiteux preside o Site Consultoria em Turismo e dirige os cursos superiores de Turismo e Eventos da UniverCidade/Universidade Gama Filho .