sâmbătă, 18 iunie 2011

O sector do turismo está à espera de ser confrontado com a extinção da Secretaria de Estado ou vai reagir, influenciar, fazer valer as suas razões?

O sector do turismo está à espera de ser confrontado com a extinção da Secretaria de Estado ou vai reagir, influenciar, fazer valer as suas fundadas razões de interesse público?

No acordo PSD – CDS já é patente alguma desatenção ou menorização do turismo como se infere do seguinte excerto:

“O Governo valorizará os novos sectores estratégicos, designadamente os que têm maior impacto nos bens transaccionáveis, dando a devida prioridade à agricultura e florestas, à economia do mar e das pescas, ao turismo e à cultura, promovendo uma política de proteção ambiental e um desenvolvimento sustentado do território, sem descurar todos os restantes sectores que contribuam para o aumento da capacidade exportadora, que será crítica no curto e médio prazo para a criação de postos de trabalho e para o aumento do rendimento”.

A capacidade exportadora da agricultura e do turismo não são comparáveis nem o seu peso no PIB. O turismo tem uma capacidade de gerar emprego que nenhuma das outras actividades possui. A agricultura já a perdeu há muito tal como as pescas que irresponsavelmente destruímos a frota em troca de subsídios. A economia do mar é uma moda, uma viragem legítima de que o jovem Pitta e Cunha é um defensor incansável, visionário e mobilizador e à qual o PR bem aderiu. Poderá a médio prazo ser importante para Portugal mas não o é actualmente. Podemos ter futuro em muita coisa, mas no turismo é já uma certeza, na qual podemos continuar a crescer, um percurso notável desde a década de sessenta.

A orgânica governamental que acaba de ser divulgada acentuou esta menorização. O CDS que politicamente se interessa pelo sector da agricultura dá-lhe grande visibilidade. O turismo não tem como era altamente expectável ministério atenta a promessa expressa durante a a campanha eleitoral da redução de ministérios e secretarias de Estado.

Diga-se em abono da verdade que ninguém lutou para demonstrar a sua importância, que as suas vantagens ao nível da exportação - se crescesse como outrora - poderia gerar receitas que atenuassem o pesado esforço colectivo que teremos de desenvolver nos próximos anos.

O argumento da redução dos ministérios levaria a que agricultura passasse a secretaria de estado, o da importância económica e social que o turismo ascendesse a ministério. Se Telmo Correia tivesse para Paulo Portas a importância de Assunção Cristas o turismo até podia ter ascendido a ministério. Mas no restrito grupo de negociadores Telmo Correia não estava. Perdeu peso político para Assunção Cristas, Mota Soares e até para Queiró.

É certo que o Ministro da Economia é um respeitado académico que vem do Canadá, país onde o turismo é levado a sério nas universidades.

Mas a promessa eleitoral da redução de secretarias de Estado pode conduzir a uma regressão do turismo em termos de orgânica governamental.

É, pois, importante que o sector se faça ouvir. Antes do facto consumado....