luni, 26 februarie 2007

Turismo e Meio Ambiente no Líbano

Os grandes debates sociais sobre a atual crise ambiental permearam a esfera do político, tanto os processos da biosfera como os produzidos pelas sociedades atuais, se unem e se opõem simultaneamente na medida em que os limites entre o natural e o artificial, entre Natureza e Cultura se confundem, pois existem bens culturais que fazem parte intrinsecamente do ambiente natural, como os fósseis, ex vi (Trabalho completo sobre este tema ver em ABAIDE, Jalusa Prestes. Regime Jurídico dos Fósseis Vegetais: Instrumentos de Utilização e Técnicas de Proteção. Ed. Juruá, Curitiba. 2002. 231 pg.) e são tratados de forma dissociada. Iniciamos aqui uma discussão sobre aspectos jurídicos de um país Árabe que possui uma história, cultura, política, economia e direito muito peculiar, e que merecem ser mais conhecidos no ocidente e principalmente na América Latina, por vários fatores dentre eles a necessidade de tratar interdisciplinarmente o estudo do direito e do meio ambiente. Trata-se do Líbano, com este nome o país é conhecido desde 2000 a.C. em hieróglifos egípcios e em caracteres cuneiformes e babilônicos, tais como o papiro de Unamon, datado do século XI a.C. que relata sobre o comércio de Cedro entre o Líbano e o Egito. (Mais detalhes sobre este país ver in: KHATLAB, Roberto. Líbano: Guia Turístico e Cultural. Rio de Janeiro. 1999)
O Líbano é um pequeno país do Oriente Médio e o que mais lhe favorece no desenvolvimento do turismo é a sua posição geográfica, por ser o elo entre o Mediterrâneo (Ocidente) e o Mundo Árabe, seu relevo diversificado, a diversidade climática que permite em um mesmo dia praticar esqui na montanha e fazer imersão no mediterrâneo, atividades que são impossíveis aos povos árabes devido à existência de clima áridos dos desertos. As riquezas arqueológicas de valor inestimável são fatores atrativos principalmente para o turismo científico. A partir do ano 3.000 a.C. os Fenícios iniciaram a construção de suas cidades-estados dentre elas, as mais importantes foram e ainda são, as cidades de Byblos, Beirute, Sidon e Tiro que ficaram conhecidas na Bíblia por ter sido um dos caminhos por onde Jesus passou e fez o milagre das Bodas de Canaã, cidade esta destruída no ano de 2006 com a guerra entre Israel e o Hezbolah, partido político libanês.
Um Estado que possui vocação turística, precisa de um tratamento jurídico harmonioso entre Urbanismo e meio ambiente; a delimitação do território libanês nos moldes ocidentais iniciou com a criação do Grande Líbano em 24 de agosto de 1920, e como república parlamentar teve o seu ponto mais alto em termos de turismo na década de 50. De 1951 a 1955 o setor cresceu 15% ao ano batendo um record de 98.780 mil turistas no ano de 1955. A partir desta data começou uma leve regressão em razão da conjuntura política instável entre a Síria e o Líbano, instabilidade esta que inicialmente se baseou nos ajustes sobre o sistema aduaneiro... Nos anos de 1959 e 1960 novamente o país teve uma nova expansão do turismo elevando para 19% ao ano em um número de 92.600 em 1959 e para 369.833 turistas no ano de 1960.
A partir de 1967 novamente iniciou o declínio da atividade turística em razão das guerras árabes e vem decaindo sucessivamente até bater um record de decrescimento, atingindo em 1975 o menor número de todos os países do Oriente Médio. Após a guerra civil, isto é, de 1995 ao ano 2000 novamente o Líbano cresceu como nos anos cinqüenta atingindo um número de 430 mil a hum milhão de turistas ao ano, e a guerra do Estado de Israel contra o partido político libanês, novamente retraiu o turismo internacional.

O Líbano tem uma rota turística peculiar para a exploração do turismo religioso.
Em todos os pontos geográficos é possível fazer um percurso com base em um turismo religioso. É possível iniciar uma peregrinação pelo sul do país pela região de Sidon, em Maghduche pode-se conhecer o lugar onde a Virgem Maria esperava Jesus retornar de suas pregações, lugar este que hoje foi construída uma pequena capela dentro da rocha. No Vale de Kadisha pode-se conhecer o monastério Kozhaya (O Líbano tem três santos sendo o primeiro a ser canonizado foi São Charbel, Santa Rafika e São Hardini. A vida e os fatos que levaram a canonização de São Charbel merecem ser conhecidos devidos (ver: DAHER, P. Pablo. Charbel. Um Hombre Embriagado de Dios. Annaya. Líbano. 2001). Nematallah Al-Hardini, nasceu em 1810, canonizado Santo em 2004)dentro da rocha, um lugar muito bonito, pois o Vale foi declarado Paisagem Cultural pela UNESCO em 1999. No Vale do Beeka, pode-se visitar o convento de Mar Marun, fundador da Ordem Maronita, é uma caverna de três andares cravada na montanha.
No Líbano existem várias áreas de proteção ambiental, vários acordos internacionais foram assinados em matéria de proteção do ambiente, dentre eles a Eco Rio/92, Quebec para o Ecoturismo, acordo de Barcelona para a proteção do mar mediterrâneo, etc. tudo isto tem exigido do governo local uma adequação das normas internas, o que tem favorecido sobremaneira o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida nas cidades libanesas.