A Romênia, como produto turístico.
Bayard Do Coutto Boiteux
Pouca conhecida dos brasileiros, a Romênia é sem dúvida
alguma um grande produto turístico, mormente as cidades de Bucareste e Brasov. Embora
o romeno seja de origem latina,trata-se de um dos idiomas mais difíceis e
apenas entendemos algumas palavras.O país passou por sucessivas mudanças mas o
período do líder comunista de Nicolae Ceausescu
está presente em cada esquina e nas mentes dos nacionais.
Minha recente viagem àquele país me fez acreditar que
Bucareste é a pequena Paris. Não apenas pelo arco do Triunfo ou ainda o centro
histórico mas pelos prédios e parques que dão um ar bem parisiense a uma cidade
com ótimo transporte público mas péssima sinalização.Um turista estrangeiro que
quiser descobrir o país,por conta própria terá um pouco de dificuldade mas
ficará encantado pela qualidade dos serviços e sobretudo pelos preços muito
competitivos.O lei é ainda bastante desvalorizado em relação ao euro.Só para
uma ideia,o taxi tem uma bandeirada de 35 centavos de euro e o metro/bonde
custam 25 centavos da mesma moeda.Assistir um concerto no bonito Athenium com
excelente acústica custa em média 7 euros.Verificamos que além do potencial
turístico,o câmbio é um outro fator que atrai.Por outro lado,o Palácio do Povo
não pode ser perdido.Hoje,sede do Parlamento é um exemplo do estilo personalista do ex
presidente e sua mulher Elena,também considerada uma grande
revolucionária,feito todo de mármore com algumas incrustações em ouro,no teto
de alguns salões.
Além de Bucareste, que tem uma gama de hotéis, restaurantes
para os diversos segmentos e padrões econômicos, uma ida a Brasov deixará o
turista encantado, pela proximidade com Bran, onde está o famoso Castelo, que
através de uma legenda passou a ser considerado de Drácula, embora ele nunca
tenha vivido naquela localidade da Transilvânia. É em Brasov Poiana,que está
uma das estações de esqui mais bem estruturadas do país,local de lazer dos
romenos e de turistas .Imaginem que tal descoberta,usando o trem não custará
mais do que 20 euros.
Sente-se, no entanto, um grande desânimo nos moradores pela
situação econômica, carestia de vida e dificuldade de emprego. Uma grande parte
brinda a democracia mas sente falta das conquistas da época de Ceausescu,como
habitação,emprego e alimentação com preços reduzidos.Hoje,com um salário mínimo
de 150 euros ,o romeno passa por grandes dificuldades e busca na imigração,uma
forma de melhoria da qualidade de vida.Anualmente,um contingente expressivo
deixa o país para buscar outras opções de empregabilidade,embora manifeste o
desejo de voltar posteriormente.Ouvi comentários que diziam quase sempre:”antes não tínhamos muito o que
comprar e hoje não temos dinheiro para a sociedade de consumo implantada”
A Romênia precisa ser descoberta pelos brasileiros, havendo necessidade
de maior promoção do destino em nosso país ,embora a dotação orçamentária do Ministério de
Turismo romeno l não é das maiores.Tenho certeza que aqueles que se deslocarem
para aquele país,voltarão com a mente renovada e o coração aberto,para emoções
de encantamento,beleza e mito.
Bayard Do Coutto boiteux é professor, escritor, coordena o
curso de Turismo da UniverCidade e preside o site Consultoria em Turismo.(www.bayardboiteux.com.br)