joi, 25 noiembrie 2010

O Rio de Janeiro entra em colapso novamente

A cidade dita maravilhosa entra em novo colapso. Para nossa tristeza, estamos mais uma vez no início da alta estação,vivendo uma série de ações negativas, que vão afugentar nossos consumidores turísticos. É a volta da dengue, da ineficiência dos aeroportos, dos portos e da segurança. A população anfitriã, personagem vital nas relações com o desenvolvimento da cidade está acuada, medrosa, gritando por uma resposta efetiva das autoridades. Chega de maquiagem, de Top Tours na comunidade Santa Marta .... Vamos buscar soluções que são prometidas em campanhas marqueteiras às vésperas das eleições e são esquecidas no dia seguinte...
Como um turista pode querer visitar uma cidade em guerra? Carros incendiados, arrastões nas ruas, as maiores comunidades ainda dominadas pelo poder paralelo, além de uma falta total de ações voltadas efetivamente para o turismo. Enfim, entende-se a razão pela qual o país recebe cada vez menos turistas, apesar de um pseudo plano Aquarela, desenvolvido pelo governo federal, que gasta somas altíssimas e que ainda não mostrou resultados efetivos.
No entanto, o que mais nos deixa perplexos, mais uma vez, é a falta de uma ação de relações públicas das autoridades turísticas e uma reação aos ataques hoje veiculados no mundo inteiro. Bandidos passam atirando em ruas e nos jornais mundo a fora aparece o nome do Rio. Até o momento, foram 1200 veiculações negativas em jornais e sites: Guerra no Rio pode afetar eventos, diz um conceituado jornal europeu.
Sabemos que nossa atividade está sujeita a um constante devir mas precisamos de um pouco de paz para trabalhar. A paz só vai ser encontrada no momento em que for duplicado o contingente de policiais militares nas ruas, que forem pagos salários reais aos membros das forças de segurança que inibam um segundo emprego, que sejam criados conjuntos habitacionais para nossos valentes membros da segurança, que a Anac fiscalize de fato as empresas aéreas e que os aeroportos passem por uma reformulação no atendimento, entre outras ações. E sobretudo que nos tornemos plurais e não fiquemos escondidos em discursos, que escondem a homofobia, a falta de entendimento das religiões afrodescedentes e as minorias éticas.
A cidade partida, que devo confessar começa a ser reorganizada pela atual Prefeitura padece de um choque de ordem no formato de gestão da segurança e das políticas públicas de melhoria de qualidade das populações mais pobres. Chega de assistencialismo, de bolsa família. Vamos lutar por uma educação de qualidade, um sistema de saúde real e não upas sem as devidas condições de sobrevivência.
Acordei mais uma vez muito preocupado com os rumos que o turismo se vê obrigado a sentir quando a cidade é cenário de uma guerra, de boatarias pelas redes sociais e de início de cancelamento de reservas.
Conclamamos as autoridades a pensarem nas soluções propostas e sobretudo não se descuidarem nunca das respostas imediatas aos mercados emissores, deixando claro que apesar de tudo, o governo está nas ruas, tentando minimizar os impactos negativos, dentro de suas possibilidades.

Bayard Do Coutto Boiteux é diretor da faculdade de Turismo da UniverCidade e preside o site Consultoria em Turismo.